24 novembro 2015

Hoje é dia de Chá com Letras, um evento da faculdade FIBH, de Belo Horizonte. Neste ano, eu levarei a minha palestra referente ao estudo do léxico para os alunos e professores do curso de Letras. Uma oportunidade para discutir, mais uma vez, a produtividade das expressões idiomáticas no contexto informativo, caso da mídia impressa popular, com vistas à aplicação em sala de aula, a partir do jornal SUPER NOTÍCIA. Experiência gratificante e em um bom momento em que sigo confiante com a minha pesquisa acadêmica.
Boa palestra para todos!


Ainda nesta semana, estarei em São Paulo, na USP, no Colóquio sobre Os estudos do Léxico, com o grupo de pesquisa da UFMG. Sabemos que em toda comunidade linguística, é possível perceber a existência de um tipo de norma que é mais valorizado do que os outros e se transforma em norma padrão. Os padrões linguísticos são avaliados positiva ou negativamente e determinam o tipo de inserção do falante na esfera social. As formas pertencentes ao padrão culto da língua são mais valorizadas, de acordo com Mollica (2003). A concepção de certo ou errado nas práticas pedagógicas, que acatam o padrão culto como referência, acabam servindo de parâmetro na escolha do que deve ser lido e quando deve ser lido. 

Entretanto, é preciso lembrar que, antes de ter acesso às variantes formais pertencentes à norma culta, que são tidas como padrão, o falante adquire as variantes informais, concebidas como não padrão. A leitura de jornais populares, por não se submeterem ao ideal de padrão culto como referência, apresentando, em grande parte dos textos, uma linguagem menos monitorada, por vezes, causa estranheza no ambiente escolar. Na concepção do que é certo
ou errado, devemos atentar para a necessidade de apresentar ao aluno o estilo altamente formal, presente em léxicos especializados, tanto quanto os textos que se servem da variedade não-padrão.

Se existe, pois, essa grande resistência em conviver com as diferentes variações linguísticas, a escola precisa ser libertadora, no sentido de propor métodos de ensino que livrem as aulas de português e, também, a sociedade, das distorções deliberadas dos fatos linguísticos e pedagógicos.

                                             Professora Marília Mendes

Referências 

MOLLICA, Maria Cecília; BRAGA, Maria Luiza (orgs.). Introdução à sociolinguística: o tratamento da variação. São Paulo: Contexto, 2003.