04 novembro 2018

Imagem disponível no site do INEP
Em abril de 2018, Zuckerberg teve que se explicar pela utilização de dados pessoais de cerca de 87 milhões de usuários do facebook. O motivo era a manipulação eleitoral da Cambridge Analytics. Uma outra questão, que direciona a discussão nos textos propostos, é  o fato de o facebook canalizar o feed de notícias do usuário. Neste aspecto, o tema aborda o ajuste dos algoritmos frente às notícias.

 Em se tratando de Brasil, a mobilização está na criação de delegacias no combate às fake news, com punição tanto para o autor quanto para o reprodutor das notícias falsas. Poucos brasileiros se dão conta  de que suas páginas são codificadas e, diferente dos americanos, não se importam diretamente com as estatísticas.

Os assuntos que se correlacionam com o tema da redação do Enem 2018 incluem o Marco civil da internet, principalmente na intervenção do problema, a ditadura do algoritmo nas sociedades que, digitalizadas, têm suas vidas codificadas, e a checagem da informação na política de privacidade das redes sociais. Embora o adolescente, concluinte do ensino médio, esteja claramente vulnerável ao processo de manipulação em rede, talvez, não esteja preparado para uma discussão para a qual,  nem o Senado tem ainda uma resposta clara nas  diversas ocorrências em que a Web massifica nossa privacidade.

Por outro lado, mais uma vez, o tema da redação vai dividir os candidatos, sobretudo entre os que vão se lembrar das Fakes e dos algoritmos, das tristes estatísticas que perseveram entre homens e mulheres no direito à informação, e os que nada entendem sobre decisões judiciais e bloqueio de páginas, o que muito bem caberia nos argumentos de autoridade. Nos argumentos exemplificadores, eu citaria o caso da menina do Napalm, que é caso comprovado de obsessão pelo algoritmo, parte integrante de um dos textos motivadores. 

Dessa forma, punir os infratores será sempre a melhor proposta de intervenção. Mas como? Quando? Qual é o estudante que conhece os 32 artigos do Marco civil de  2017...Espera-se que o judiciário incremente essa política de proteção de dados e de sigilo nos registros. 
Espera-se, contudo, que o brasileiro não seja alvo dessa obsessão, enquanto ditadura silenciosa, protegendo seus dados e sua integridade, postando com cautela. 
O tema da redação passou perto, mas não atingiu o alvo!
      
Desejo boa sorte aos meus sobrinhos, marinheiros de 1ª viagem, que a essa hora, devem estar pensando no que vão escrever!                                            
                                           Professora Marília Mendes