27 fevereiro 2016

IMAGEM CEDIDA PELO GOOGLE
Terminei de ler o 1º livro indicado para o 9º ano.Desde a implantação da Lei nº10.639/2003, que incluiu no currículo oficial das escolas a obrigatoriedade do ensino da história e da cultura afro-brasileira, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História brasileiras, tornou-se fundamental permitir uma nova abordagem do ensino de literatura e da cultura africana e afro-brasileira na educação básica.

Tornou-se possível ainda, promover um diálogo interdisciplinar, a partir do texto folclórico e histórico do escritor Ondjaki, que nasceu em Angola e, hoje, vive no Rio de Janeiro.

Seus personagens trazem a essência da infância. A rua é o lugar da infância. São jovens cheios de sonhos, como o menino que desejava ganhar uma bicicleta colorida, com as cores da bandeira Nacional de Angola. O concurso na Rádio Nacional seria a grande chance. Sem a ajuda do tio Rui, que era escritor, o garoto escreve a história sozinho, fazendo uso do gênero carta. Infelizmente, ele não ganha o concurso e, a partir da derrota, é que se inicia uma série de aventuras com o protagonista que, sem um nome específico, pode ser a reinterpretação da trajetória do próprio autor em Luanda.

Personagens como a avóDezenove, o CamaradaMudo, o general Dorminhoco, o motorista Nove, o tio Rui, a menina Isaura e outros mais, estão inseridos em um contexto que retrata o mundo infantil de personagens que têm carência de muitas coisas, mas aprenderam desde cedo a respeitar os animais e as pessoas. As marcas da cultura  estão presentes nos nomes dos personagens criados pelo narrador.

Com intertextualidade com as novelas brasileiras, transmitidas pela rede de TV, a narrativa apresenta as marcas da modalidade oral na sua construção e colabora na contextualização do cruzamento das literaturas  africana e brasileira, cuja ressignificação dá voz às novas fronteiras que têm permitido o surgimento de sujeitos e de sensibilidades outras, de visões recriadas do mundo.
Espero que gostem! Abraços,
                             Professora Marília Mendes
Referências: