12 fevereiro 2011

ARQUIVO PESSOAL DA PROFESSORA MARÍLIA

Por Lila Mendes

Momentos de grande importância na minha trajetória pedagógica. Sobretudo com o intuito de socialização que toda escola deve promover junto aos alunos.

Dentre todas as saídas e eventos que incluem BH, Brasília, está a viagem ao caldeirão do Huck, em que pude acompanhar 45 alunos do ensino médio ao Rio de Janeiro, em três dias de muita adrenalina e novidades. Conhecer o palco do Huck foi entrar nos bastidores da televisão e, foi, de fato, um evento inesquecível.

Em Brasília, como um belo presente do Colégio CECAP COC, da diretora Kátia Carneiro, pude fazer um curso sobre Educação e escola com a Super Nani (Cris Poli), do SBT, com quem tive um dia muito especial, com direito a almoço no Porcão do Lago Sul.


CURSO E ALMOÇO COM A SUPER NANI DO SBT
Ao mesmo tempo, cria-se uma linha tênue entre a realidade e a ficção. A televisão, que antes era de mentira, passa a ser de verdade e o que era de verdade, enquanto uma imagem na tela de cada lar brasileiro, passa a ser de mentira. As montagens no Caldeirão comprovam isso. O palco, os aplausos programados, a cena gravada e regravada, o programa editado, a trilha sonora eleita, de acordo com o que a emissora exibe, são cenários criados e recriados.

Os caminhos estreitos entre ficção e realidade relativizam a ideia de que você está na TV e ela está em você. A diferença é que você sempre terá o controle (remoto) e paraliza a cena preferida ou eterniza a mesma cena através da fotografia. A fotografia, enquanto narrativa de memórias, apresenta todos os elementos comuns do gênero moderno digital. Um luxo só. 

Segundo Marcuschi (p.19, 2002), os gêneros textuais “surgem emparelhados a necessidades e atividades sócioculturais, bem como na relação com inovações tecnológicas”. Esse fato é bastante evidente quando se compara a quantidade de gêneros hoje existentes em relação a sociedades que antecederam à comunicação. A escolha de um determinado gênero é feita de acordo com diversos elementos que participam do contexto, como quem está produzindo o texto, para quem é dirigido o texto, com que finalidade foi escrito e em que momento histórico foi produzido.

 A materialidade dos gêneros digitais, portanto, manifesta-se em contextos como os que são criados em sala de aula. Assim, o livro didático deve trazer o registro desse gênero que se concretiza por meio de ferramentas midiáticas, tanto quanto outros espaços que se manifestam fora dele. O professor como parte constituinte dessa cultura digital precisa entender como os gêneros midiáticos são úteis na construção de um leitor que está conectado, que transforma o espaço da sua conexão e recria o ambiente virtual.

Ao mesmo tempo, explora-se um outro lado da TV, que tenta mostrar aos pais que a educação começa em casa e que a leitura do mundo e dos diversos gêneros digitais pode ser ensinada na escola, com vistas ao desenvolvimento da competência lexical dos falantes, mas a tarefa de apropriação e da política sobre conteúdos deve ser monitorada pelos pais.
 

Valeu Super Nani! Valeu Caldeirão.

                                  Professora Marília Mendes.


ARQUIVO PESSOAL-PROFESSORA MARÍLIA


Outras informações acerca dos gêneros textuais e sua diversidade, consulte-se MARCUSCHI, L. A. (2002). Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: A. P. Dionísio, A. R. Machado & M. A. Bezerra (orgs.) Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro; Lucerna, p. 19-36