06 março 2011

Depois de um giro de carnaval, estudando Inglês para o TOEFL, passando por BH, fechando o ciclo em Ouro Preto, retorno curtíssimo para a edição dos papers  e depois sigo viagem. O dever me chama. 
Neste percurso, vejo como as mulheres ganham espaço social e não dormem no ponto. Eu me vejo no meio delas. Não são mais tecelãs reunidas em movimentos que delas cobravam um grito de alerta para que cuidassem do seu valor, aquele...rarefeito de diferenças e de privilégios masculinos.


A mulher que marcou o nosso século saiu às ruas, superlotou as universidades de todo país, liberou-se sexualmente dos duzentos tabus que a questionavam em relações desprezíveis e deu a volta por cima...muito literalmente, por cima de fontes e crenças infundadas ou quem sabe, até de relações impiedosas e pouco verdadeiras.
É a mulher, aquela que se define mais pela coragem do que pelo rebolado ousado e contagiante do carnaval. É a mulher que malha, não para privilegiar o corpo tão somente em três dias específicos do ano. Essa mulher, além da festa em que os pobres pagam para divertir os ricos, tem o corpo que condiz com a sua luta diária , ou seja; ela se prepara o ano inteiro e apronta-se para desfilar nos 12 ininterruptos meses. Ela bate o cartão no trabalho e no lar. Envolve não uma plateia por seus adereços, mas a que sobrevive às custas de uma força santa, que assume compromissos, que paga contas, que ama, que briga, sabe perdoar e diverte-se com o tempo.


Vejo a mulher brasileira superlotando as repúblicas da sinistra Ouro Preto, descendo e subindo as ladeiras em blocos, ostentando a glória do "ser". Ele  fotografa e maravilha-se com tudo, principalmente com as mulheres mineiras. Arquivou em um intervalo de 5 horas, quase trezentos e cinquenta rostos, com mulheres jovens, maduras, tristes e alegres. Mais alegres do que tristes.
Foi uma cópia do "estou ligada", impressa na partilha da minha terra com alguém de infinita grandeza.Vi sua satisfação em conhecer Minas e constatar preciosidades , as quais ele conhecia apenas em histórias, muitas (virtualmente )contadas . Ele segue percurso para Diamantina, soberbo, fazendo parte de outras histórias.Um captador de almas nas horas livres. Fora da retidão que o move, embutido de preposicionais para, perante e por... 
{ texto completo na página Mulheres com Dilma...}
                                                  Marília Mendes