13 dezembro 2010

FOTO DE MARÍLIA/ARACAJU-2008
O que muito me chama a atenção no folclore brasileiro faz parte de um vocabulário nordestino, tipicamente elaborado pela população de berço forte, que tem determinação. São as expressões com variantes linguísticas, com musicalidade, o gosto simples e, ao mesmo tempo autêntico do nordestino; ao contrário do que circulou cruelmente em redes sociais há um mês, existe na peculiaridade daquele povo,uma beleza expressiva, contida no aspecto oral, em que as histórias são recontadas, com todos os elementos narrativos, intuindo à sequência linear, sem temporalidade alguma e que traçam publicamente, desde as tristezas e a má sorte da população que carrega a cruz da seca e de suas consequências, até a arte popular, aquela que adentra a cidade, em vozes muito tematizadas.As grandes obras nordestinas que nasceram dessa terra árida, não deixaram para trás, as emboscadas, o molejo, o galanteio e a simpatia elementar de um coletivo único.

O cordel é o troféu dessa arte. O que inicialmente era para ser publicado em folhetins, restritos, sem patrocínio, acabou levando ao cinema, à música popular brasileira e àrtes plaśticas, inumeráveis textos comprobatórios da riqueza a qual me refiro.
Sem tempo definido, são essas elaborações que fazem do povo nordestino, da região e da cultura que se estende país afora, um marcador de inumeráveis e ricos caracteres que enobrecem essa gente.Viva o cordel! Viva o povo Nordestino! E viva o povo brasileiro...Dos brados de "Padim Cícero", depois do romance  audaz de Lampião e Maria Bonita, inexistem diferenças...Quem diz outra coisa, " tá desejando malquerença"...Valei-me Nossa Senhora"!!!
( Marília Mendes )