"No Dia das Mães, o Correio conta a emocionante história de cinco gerações. A mais nova delas, um pinguinho de gente, completa hoje duas semanas de vida. Tristezas, alegrias e sonhos de Haydêe, Eneida, Cynthia e agora Noelle, com sua Marina, que recomeça todo o ciclo...”(http://www2.correiobraziliense.com.br/cbonline/cidades/print.htm)
O
Correio Braziliense publicou no dia das mães, no ano passado, a
história da família Arnt, percorrendo suas cinco gerações e enaltecendo a
delicadeza de histórias de amores, encontros e alegrias, que regem a
família da minha grande amiga Cynthia Arnt. Entretanto, eu devia-lhe
esta nota no blog.
Sobreponho
aqui, além do encontro dessas gerações, a formidável extensão de
beleza que remonta da história de dona Haydêe até a Florzinha
Marina, neta da Cynthia. A história da pedagogia está no vínculo
materno. Ensinar exige da professora, muitas vezes, esse olhar de
mãe, não para embalar, mas para corrigir, sendo que mãe e
professora embalam e corrigem, mas, especialmente, protegem.
Quando
hoje me recordo dos meus grandes professores, que foram muitos, vejo
em todos, essencialmente, algum traço de proteção . Não que me
salvassem do lado perverso da ignorância, mas porque protegiam-me
das armadilhas do conhecimento.
Revendo
a história da amiga Cynthia, que trabalha com crianças há 17 anos,
reconheço a fonte da inspiração, que se contorna com a mesma garra
de quem plantava trigo como dona Haydêe, sua avó, plantou durante muito tempo em sua vida.
Ensinar
é como o exercício de plantar. Ás vezes, todo mundo quer que a
planta cresça muito rápido, mas ela não se entrega. Tem que ser
devagarinho, com delicadeza.
No
ano passado, quando ia até a sala da Cynthia e a encontrava entre 30 crianças, no segundo ano, pensava: "Muita paciência para tantas
vozes e tantos desejos simultâneos..."Pois é ! A arte da paciência
na pedagogia é a mesma da colheita. Fica ao lado da vaidade, porque
consome beleza, advinda da espontaneidade no dia a dia. E não
poderia ser de outra forma. Mães corrigem, embalam, protegem o
tempo todo e os professores, quase sempre, fazem tudo isso e
mais...Professoras como a tia Cynthia, como ela é assim chamada, despertam
... Esse sim é o milagre da vida, contíguo ao de ser mãe. Assim
vejo, no estreito caminho entre ensinar e despertar, a colheita do
ensinamento, mais que isso, do encantamento.
Se
a planta não se encantar, ela não cresce. Se a criança não se
encantar, ela não deixa a dureza de ser semente, para então
florescer.
As
gerações que formam a história da tia Cynthia sabem disso. Cada
uma dessas mulheres teve ou tem um projeto de ensinamento, que eu tenho a certeza, de ser um projeto que exige cuidado e complacência com a
vida. E por falar em milagre, ele acontece, às vezes, quase sem
perceber, quando alguém aprende e, lá na frente, é capaz de
ensinar. Não fosse isso, ninguém acreditaria em milagres. Eu
acredito!!!
Professora
Marília Mendes
Um
beijo muito especial à amiga Cynthia Arnt , com votos de que
esse extremo de beldades, aconteça em outras gerações e que a sua
arte de ensinar tenha a mesma tolerância da coragem de
plantar...