19 agosto 2010

"e um vaga-lume
lanterneiro que riscou
um psiu de luz."

Na 3ª fase do modernismo, o grande destaque na prosa, revelado na tendência regionalista, surge em Minas Gerais.

A condição humana é um dos temas presentes na obra de Guimarães Rosa, surpreendendo pela capacidade de recriação da própria linguagem.O mundo rural torna-se o palco para todos os dizeres.São muitas as aliterações, as onomatopeias, metonímias e metáforas que compõem a linguagem de Guimarães Rosa em narrativas intrigantes.
A linguagem articulada de Guimarães Rosa, junto à prosa de Clarice Lispector, trouxeram  à linguagem de ficção novas variações para a fase modernista.

De um lado, os personagens saindo do seu mundinho fechado e tipicamente rural, para a corajosa experiência urbana, como é o caso de Miguilim, sensível, empenhado, mas angustiado pela moralidade que herdou de Mutum. Do outro, as formações híbridas de Sagarana, reunindo de "Saga"( alemão ), o canto heroico e de "ana"(indígena), uma  maneira de, em nove contos , centralizados nas Minas Gerais, no sertão e na narrativa estruturada por personagens como os jagunços, fazer surgir uma linguagem ousada e bem típica da hospitalidade mineira, uma terra  de afetividade resumida.

"êssezinho,êssezim,salsim,ossoso,vivoso,maravilhal,deslei,desfalar,refrio,pouquim,levantante..."
Apenas alguns vocábulos que Guimarães Rosa registrou e que ninguém mais que ele, conseguiu (re)inventar com tanta originalidade.  A linguagem roseana que permite todas as criações neológicas no Modernismo.
Fica um convite ao aprofundamento das ideias e o desejo de sucesso nesta etapa que se inicia para os alunos do colégio Objetivo, Asa sul.

Beijo da Marília