20 junho 2010

A literatura está de luto. Perder um escritor da contemporaneidade como foi chorar a morte de José Saramago significa perder a maior “língua afiada” de todos os tempos, que deu à voz literária um sentido da não-conformidade, da falta de cruzar os braços para abri-los à contestação.Um atrito de leve com a Igreja, um arranhão notável com a política e lá estava ele, em confrontos verbais de altíssima reflexão para todos os leitores.
Função de quem escreve ?
NÃO SE CALAR ?
Vai-se o inventor das outras possibilidades.Fica a dúvida fora e dentro dos livros. Ainda bem que as dúvidas ficaram também fora dos livros .Tornaram a Literatura do nosso tempo inquieta.

"A morte é a inventora de Deus."

Estes são alguns dos compromissos em que a Literatura se fia: contestar, compreender e refletir...
Não havia me pronunciado ainda pela morte do escritor, tamanha a feitura da festa de Parintins que se encerrou ontem e deixou seus encantos....
beijo
(  Marília Mendes )