Agora já são 04 capitais: Fortaleza, Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Aonde vou, levo a importância dos gêneros digitais na sala de aula. Depois que o Enem (2014) apresentou uma questão acerca da utilidade do blog enquanto um gênero discursivo, cujas ferramentas fazem parte da realidade do brasileiro em rede, o meu projeto vem ganhando notoriedade nos diferentes encontros e simpósios que discutem a relação da leitura e da escrita na contemporaneidade.
O que é ser professor na cultura digital?.
Segundo Marcuschi (p.19, 2002), os gêneros textuais “surgem
emparelhados a necessidades e atividades sócioculturais, bem como na relação com
inovações tecnológicas”. Esse fato é bastante evidente quando se compara a
quantidade de gêneros hoje existentes em relação a sociedades que antecederam à
comunicação. A escolha de um determinado gênero é feita de acordo com diversos
elementos que participam do contexto, como quem está produzindo o texto, para
quem é dirigido o texto, com que finalidade foi escrito, em que momento
histórico foi produzido.
A materialidade dos gêneros digitais,
portanto, manifesta-se em contextos como os que são criados em sala de
aula. Assim, o livro didático deve trazer o registro desse gênero que se
concretiza por meio de ferramentas midiáticas. O professor como parte constituinte dessa cultura digital precisa entender como os gêneros midiáticos são úteis na construção de um leitor que está conectado, que transforma o espaço da sua conexão e recria o ambiente virtual. No entanto, toda essa movimentação e acessibilidade são passíveis de relações pedagógicas com a ferramenta presencial. É o que tento apresentar no meu intuito de apontar aos educadores em geral, como os gêneros digitais podem se tornar fortes aliados no desenvolvimento da competência lexical e da formação humana. Tem sido útil e agradável viajar e levar esta ideia àqueles em que nela acreditam.
“uma noção propositalmente vaga para referir os
textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam
características sócio-comunicativas definidas por conteúdos, propriedades
funcionais, estilo e composição característica. Se os tipos textuais são apenas
meia dúzia, os gêneros são inúmeros”. MARCUSCHI, (2002, P. 22).
Professora Marília Mendes
Contatos: mariliaculturainglesa@yahoo.com.br
Referências:
BAZERMAN, Charles (2005). Gêneros textuais, tipificação e interação. Ângela Paiva Dionísio; Judith Chambliss Hoffnagel (orgs.); tradução e adaptação de Judith Chambliss Hoffnagel. São Paulo: Cortez, 2005.
HALLIDAY,
Mª. K & HASSAN, R. Language, context and text: aspectes of language in a
social-semiotic perspective. Oxford: Oxford University Press, 1985.
MARCUSCHI, L. A. (2002).
Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: A. P.
Dionísio, A. R. Machado & M. A. Bezerra (orgs.) Gêneros textuais e ensino.
Rio de Janeiro; Lucerna, p. 19-36.
COMO TUDO COMEÇOU
Estive
em São João Del Rei, no campus Tancredo Neves da Universidade Federal de São João Del Rei, nos dias 26 e 27 de setembro, a convite da
Editora Saraiva, ministrando uma palestra e oficina com o tema
Leitura e interpretação de diferentes
gêneros textuais presentes no cotidiano e sua relação com os
descritores e capacidades que fundamentam as avaliações externas.
Os professores da rede municipal das cidades que fazem parte do Campos
das Vertentes participaram de diferentes minicursos e de palestras,
organizados pela Editora Saraiva e pela secretaria de Educação de
São João Del Rei.
Os
tópicos em destaque, a partir do meu tema desenvolvido, enfatizaram a
relação dos descritores com os gêneros textuais, considerando a
habilidade de o leitor reconhecer nos textos verbais e não-verbais,
a quebra da regularidade em recursos que produzem efeitos de sentido
como o humor e a ironia. Também foram tratados assuntos voltados à
sociolinguística através das tirinhas do Chico Bento, o intergênero
no ensino Fundamental e textos com finalidades de informar, advertir
e persuadir o leitor.
Foram
escolhidos textos atuais, com circulação nas redes sociais e com
temas também mais recentes, presentes na mídia. O chat como gênero
emergente também compôs nossa lista de habilidades, na tentativa de
identificação dos núcleos temáticos e das unidades semânticas no
texto. Surpreendente
participação no congresso e um reconhecimento da importância dos
itens por meio dos quais as habilidades são avaliadas, tendo em
vista, uma sociedade em que cada vez mais, percebemos a mescla de
diferentes linguagens na produção textual dos nossos alunos.
Um
abraço de agradecimento aos participantes de Resende Costa, Lagoa
Dourada e São João Del Rei, meu público específico no dia 27.
Professora
Marília Mendes.