04 junho 2011

Terminando meu recesso e uma leitura: um dos livros mais importantes da literatura norte-americana. Escrito por Jack Kerouac, em 1957, o livro tem um caráter biográfico, em que se relata a trajetória, excepcional para a época, de dois amigos, através das estradas dos Estados Unidos.
Paradise e Moriarty tentavam encontrar Deus em viagens cercadas pelos excessos, facilmente registrados em uma narrativa em que se discutem todos os aspectos que viriam a influenciar toda a geração beat, em conformidade com a contracultura do emblemático american way of life.

Nos anos 60, a geração beat, informalmente desenvolvida pelo clássico norte- americano, viveu como consequências a braveza de um estilo musical forte e inovador. O Rock'n'roll veio junto com uma consciência ecológica, com a necessidade de igualdade entre homens e mulheres, negros e homossexuais. Os hippies também foram carimbados por essa influência. No entanto, discutir alguns assuntos dessa safra é trazer de volta um histórico literário que deveria fazer parte da leitura obrigatória no Ensino Médio, até mesmo como prova de que a formação da nossa literatura condiz com aspectos universais de grandes marcos, muitos esquecidos pelos próprios professores.

A orientação sexual dos personagens, drogas e álcool caracterizam as aventuras do par que revolucionou os relatos americanos. Hoje, menos! Os reflexos dessas viagens deram início a uma grande concepção , típica da geração beat diante do mundo capitalista.
A verdade é que On The Road, traduzido como Pé Na Estrada, tornou-se a filosofia da geração que, enquanto divisor das águas, expandiu assuntos como transgressão e conhecimento de regras. Nem tão delicado assim, o assunto merece destaque na compreensão de valores subjugados e desprezados pela literatura contemporânea. Os novos escritores querem criar estilos próprios, sem antes conhecerem o padrão. Há muitas indagações sobre o assunto.
O próprio autor, Kerouac, viveu em seus relatos as particularidades de uma vida excessiva e interrogativa. Talvez, sem muito encontrar respostas, ele se enfia no alcoolismo e morre em 1969, vítima de cirrose.
Não é exemplo, mas é um aprendizado em função da forma como lidamos com o conhecimento da regra.
Em resumo, eu diria que o "novo" se fia na experiência dos antecessores e há um valor cultural nesse clássico, que não pode ser desperdiçado pelos professores de Literatura.
...Mas estava tudo bem. A estrada é a vida."( On The Road, Pé na estrada, Jack Kerouac )

Se a estrada é a vida, todos mantêm o pé na estrada em suas próprias aspirações. -É o que está certo para a Literatura.
O filme, um investimento dirigido por Valter Salles, é programação ainda para 2011. Garanto que vai ser sucesso de bilheteria!!!
                                                                      ( Professora Marília Mendes )