Tawakul Karman sorri nesta sexta-feira (7) em Sanaa (Foto: Reuters)
Ellen Sirleaf, Leymah Gbowee e Tawakkul Karman foram laureadas.
Trio lutou pela paz e pelos direitos das mulheres na Libéria e no Iêmen.
llen Johnson Sirleaf, a militante Leymah Gbowee, também liberiana, e a jornalista e ativista iemenita Tawakkul Karman- foram laureadas com o Prêmio Nobel da Paz de 2011.
O anúncio das vencedoras foi feito nesta sexta-feira (7) em Oslo,
capital da Noruega, pelo comitê que outorga o prêmio desde 1901.
As vencedoras vão dividir um prêmio equivalente a US$ 1,5 milhão (cerca de R$ 2,7 milhões).
Thorbjoern Jagland, presidente do comitê do Nobel, argumentou que as
laureadas foram "recompensadas por sua luta não violenta pela segurança
das mulheres e pelos seus direitos a participar dos processos de paz".
"A esperança do comitê é de que o prêmio ajude a colocar um fim na
opressão às mulheres que ainda ocorre em muitos países e a reconhecer o
grande potencial para democracia e paz que as mulheres podem
representar", disse o presidente do comitê.
"Não podemos alcançar a democracia e a paz duradoura no mundo se as
mulheres não obtêm as mesmas oportunidades que os homens para influir
nos acontecimentos em todos os níveis da sociedade", disse Jagland.
Primeira presidente mulher
Ellen Johnson Sirleaf, de 72 anos, foi a primeira mulher a ser livremente eleita presidente de um país africano, em 2005.
Ellen Johnson Sirleaf, de 72 anos, foi a primeira mulher a ser livremente eleita presidente de um país africano, em 2005.
Economista e mãe de quatro filhos, a "Dama de Ferro" tenta a reeleição em pleito marcado para esta terça-feira (11).
"Desde sua posse em 2006, contribuiu para garantir a paz na Libéria,
para promover o desenvolvimento econômico e social e reforçar o lugar
das mulheres", disse Jaglan, ao justificar a premiação.
A presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, dá entrevista nesta sexta-feira (7) na capital, Monróvia (Foto: AFP)
'Greve de sexo'
Sua compatriota Leymah Gbowee teve um papel importante como ativista durante a segunda guerra civil liberiana, em 2003.
Sua compatriota Leymah Gbowee teve um papel importante como ativista durante a segunda guerra civil liberiana, em 2003.
Ela mobilizou as mulheres no país pelo fim da guerra, organizando inclusive uma "greve de sexo" em 2002.
Também organizou as mulheres acima de suas divisões étnicas e tribais
no país, ajudando a garantir direitos políticos para elas.
Em Nova York, ela disse nesta sexta-feira estar surpresa com o prêmio e incentivou as mulheres a agirem para resolver seus problemas.
Leymah Gbowee nesta sexta-feira (7) em Nova York (Foto: AP)
Primavera Árabe
E Tawakkul Karman, ativista iemenita pró-direitos das mulheres, tem importante participação na chamada Primavera Árabe, movimento pró-abertura democrática que vem sacudindo politicamente vários países do mundo árabe desde o início do ano.
E Tawakkul Karman, ativista iemenita pró-direitos das mulheres, tem importante participação na chamada Primavera Árabe, movimento pró-abertura democrática que vem sacudindo politicamente vários países do mundo árabe desde o início do ano.
Em entrevista à TV Al Jazeera, ela disse que o prêmio é "uma vitória para todos os ativistas iemenitas", mas que a luta pelos direitos continua no país.
"Nas mais difíceis circunstâncias, tanto antes como depois da Primavera Árabe,
Tawakkul Karman teve um papel importante na luta pelos direitos das
mulheres, pela democracia e pela paz no Iêmen", segundo o comitê.
O Nobel é escolhido por um comitê norueguês de cinco membros, apontados pelo Parlamento da Noruega.
Geralmente, a tendência é optar pela diversidade dos ganhadores. No ano passado, o ativista chinês pró-democracia Liu Xiaobo foi o ganhador.