28 dezembro 2011

A espera por mais uma virada contraria a era dos cenários apocalípticos. Seguindo a dicotomia entre os terremotos e os tsunamis, o que o mundo vê para a proximidade, antagonizando a retratação ao Maionismo e ao Calendário de contagem Longa, inclui uma exacerbada atenção à educação socioambiental e às diferentes maneiras de se produzir energia sustentável para todos, conforme designação das Nações Unidas.

Produzir energia barata e torná-la acessível à população é um dos maiores objetivos da ONU. Não obstante, a população mundial conhece e utiliza os recursos da biomassa tradicional, o que não significa dispensar novas formas de produção, que certamente condizem com a energia sustentável. O Brasil fecha o ano ocupando o lugar entre os países que mais se destacaram na produção de energia limpa, no entanto, as campanhas para um mundo sustentável têm sinalizado que os brasileiros podem e devem melhor utilizar seu potencial de energia eólica e solar.

Enquanto algumas empresas, autoridades , instituições, profissionais do eixo educacional e de todos os eixos, cidadãos comuns e incomuns não entenderem e se conscientizarem da importância que tem a produção de energias renováveis, possibilitando a redução da pobreza energética, aí sim , estaremos contribuindo para o cenário típico, um tanto quanto cinematográfico do apocalipse, do fim do mundo polemizado no filme 2012.

Li recentemente um título que despertou a atenção necessária para o olhar referente ao ano novo em seus aspectos mais necessários: 
o combustível do futuro é a eficiência”. Trata-se da formação dos novos ricos entre os chineses e os indianos, o que traz de provável , um maior consumo de petróleo na ascensão asiática. O petróleo não tem contudo, sua morte anunciada, o desafio está na demanda. A tecnologia terá sempre o seu lado bom e o seu relativo lado ruim. É simples! Basta pensar nos reatores que podem ser produzidos e levados às mãos erradas. A usina de Fukushima é parte do efeito 2012. O preço da primavera árabe, custeado em longas e turbulentas prestações nas manifestações contra regimes ditatoriais, que na prática, estão falidos, caminham para o efeito 2012 desde há muito. O mundo globalizado colocou em xeque o abismo entre o mundo árabe e o progresso ocidental.

São esses grandes eventos que deixaram o mundo em real alvoroço. Mas longe de prenunciar o fim, o caminho é vasto e incide em vida. Vida em abundância. Como na preparação da arca de Noé no filme, não há motivos para um “salve-se” quem puder. Há mais preocupação em salvar homens e animais dos horrores da escravidão. O que o ano que vem tem de comum com o ano que se vai é o desafio socioeconômico, a conscientização do homem frente à necessidade de cuidar do planeta, da saúde e de si mesmo.
Em dissonância com a contagem regressiva que não pode e nem vai terminar em 21 de dezembro de 2012, está a liberdade entre os povos, a importância dos direitos humanos em plenitude e a reorganização de muitas ideias e cuidados com o planeta. Eu prometo, como educadora que sou, sem sofrer o efeito 2012 que a mídia gerou e complicou em grandes capítulos, promover produções que relacionem o assunto, divulgar e difundir os temas que conscientizam e nos salvam da destruição de um avassalador vulcão que se chama desencorajado.

This is not the end. É isso . Um 2012 de coragem é o que desejo a todos, no sentido mais literal do que a palavra encerra.

Professora Marília Mendes