TEXTO
01
QUADRILHA
João amava Teresa
que amava Raimundo
que
amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que
não amava ninguém.
João
foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo
morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim
suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que
não tinha entrado na história.
MERQUIOR,
José Guilherme. Verso
Universo em Drummond. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora,
1975.
01. a) O
texto 1 exprime a opinião do autor sobre os desencontros amorosos
ao longo da vida. INDIQUE
a alternativa que NÃO
explicita tal opinião:
(a)
O registro linguístico
é coloquial, aproximando-se da narração, da prosa.
(b)
O
poema tem uma única estrofe e é uma radiografia da hipocrisia
mundana.
(c) O tom é
brincalhão na mistura dos personagens.
(d)
o
poema apresenta uma serialização de desencontros amorosos, através
de associações ligadas aos nomes próprios.
(e) O desencontro
amoroso faz-se semelhante ao ritmo da quadrilha, que é uma dança
folclórica da cultura brasileira.
b) Considerando
os versos finais do poema, o
único par verdadeiro é Lili e J.Pinto Fernandes e com esse
desfecho resta-nos
a conclusão de que o
Amor não imperou, não se concretiza em nenhuma relação apesar
da presença teimosa do verbo amava nos três primeiros versos do
poema.
O
que COMPROVA,
a partir do poema, a afirmativa acima? EXPLIQUE.
A serialização de desencontros amorosos, cujos destinos foram desfeitos. Todos os pares idealizados pelo poeta sucumbiram, sendo alguns finais trágicos. Justamente a Lili que não amava ninguém, alheia ao amor romântico e toda sua devoção, ao que parece, conseguiu se "arranjar" nessa quadrilha. |
2. TEXTO 02
Para Sempre
Por
que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
— mistério profundo —
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
Carlos Drummond de Andrade, in 'Lição de Coisas'
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
— mistério profundo —
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
Carlos Drummond de Andrade, in 'Lição de Coisas'
Disponível
em
<http://pjvoluntario.blogspot.com.br/2012/08/para-sempre-poema-de-carlos-drummond-de.html>Acesso
em 30/05/2015.
a)
O
poema acima retrata a visão do poeta em relação ao amor materno.
Todos os exemplos seguintes são metáforas que representam a imagem
das mães para o eu-lírico. MARQUE
a alternativa em que a figura de linguagem não faz a mesma
retratação.
a) Tempo sem hora
b) Luz que não
apaga
c) Grão de milho
d) Água pura, ar
puro
e) Veludo escondido
Grão de milho é a metaforização do filho no poema.
4.
Dos poemas presentes na obra MENINO DRUMMOND, de Carlos Drummond de
Andrade, alguns apresentam características da METALINGUAGEM, ou
seja, termo que denomina o uso da linguagem para falar de si mesma.
Observe os textos abaixo e responda as questões.
TEXTO
03
POESIA
Gastei uma hora pensando um
verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.
ANDRADE, C. D. Alguma
Poesia, Belo Horizonte, Edições Pindorama, 1930.
TEXTO 04
Ilustração 2: A perspicácia, de RENÉ MAGRITTE (1936). |
a)
O quadro “A perspicácia”, do belga René Magritte (1936), também
é um exemplo de metalinguagem porque:
(A)
destaca a qualidade do traço artístico como no poema.
(B)
mostra o pintor no momento da criação assim como o poeta no ato da
escrita.
(C)
implica a valorização da arte tradicional como nos versos de
Drummond.
(D)
indica a necessidade de inspiração concreta como no fazer-poético
do poema.
b)
No poema POESIA (texto 04), há uma figura de linguagem que se
constrói a partir do exagero. Identifique qual é a figura de
linguagem e escreva o verso correspondente.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira. (Hipérbole)
Crédito das questões: Professora Marília Mendes
Eu
preparo uma canção
que faça acordar os homens
e adormecer as crianças.
que faça acordar os homens
e adormecer as crianças.
(Carlos
Drummond de Andrade)
Bom trabalho!
Professora
Marília