27 maio 2011

O termo homofobia é usado para descrever um sentimento de repulsa no que diz respeito às relações afetivas e sexuais entre pessoas do mesmo sexo, um sentimento de ódio e discriminatório aos homossexuais , por parte de alguns indivíduos. No Brasil, o assunto ganhou força total devido às diferentes formas de manifestações a favor da discussão do tema , o que, consequentemente, tem levado as autoridades a se posicionarem.


Assim como outros temas têm sido discutidos  nos últimos anos, a homofobia também tornou-se assunto polêmico significativo. No entanto, a votação do projeto de lei complementar 122/06 que criminaliza os atos de homofobia tornou o assunto ainda mais aquecido. A proposta modifica a Lei de Racismo tornando também os atos de homofobia como sendo atos criminosos, com as mesmas punições impostas aos crimes de preconceito racial. Com reclusão de um a três anos, o indivíduo que apresentar condutas discriminatórias, como recusar o atendimento a homossexuais e reprimir trocas de afeto em locais públicos.

A importância de qualquer projeto, no entanto, está na capacidade de levar a população a refletir sobre direitos e deveres, tornando clara a ideia de que somos todos iguais, independente de raça, orientação sexual e crenças. Já não existe mais lugar para o preconceito em uma sociedade que se desenvolve tão rapidamente, que promove debates em escolas e universidades, que fortalece o poder da mídia diariamente, através da banalização de temas tão complexos e que discute sexualidade tão precocemente, quebrando todos os tabus, que antes, eram dogmas para as gerações passadas.


Acredita-se que assuntos como esse já deveriam ter sido esclarecidos e protegidos por lei, já que acreditamos que vivemos em uma democracia justa e renovável e que, quando jovens pintam seus rostos e saem às ruas, eles não querem apenas chamar a atenção das autoridades. Eles querem que a sociedade entenda que a igualdade e o respeito devem fazer parte de qualquer grupo. 

Estava a caminho da aula de Informática no ICC no campus da UNB na última semana e presenciei junto ao grupo de manifestantes, um ato público que nega qualquer tipo de discriminação. Fiz algumas fotos, mas optei por não postá-las, preservando o direito individual de cada um. E ontem, lendo o Jornal da Folha, fui levada à nova reflexão em virtude da posição dos evangélicos que interferiram na decisão da presidente Dilma a fim de que os vídeos sobre o assunto não fossem divulgados nas escolas.

No entanto, acredito que o buraco vai mais embaixo. Não é a distribuição dos vídeos que está em jogo. O que questiono veementemente é o despreparo nas escolas por parte de educadores, gestores e até das famílias que não criaram ainda uma cultura baseada na igualdade , colocando fim nas diferenças. Mais que vídeos, é preciso levar à conscientização, sem contudo, expor as opções sexuais entre os jovens. Defendo esse corte em função de uma outra etapa que antecede a dos vídeos: aquele intervalo na escola em que se deveria discutir racismo, pobreza, intervenções políticas, corrupção. Falta tempo para tudo isso.Os professores estão esgotados de tanto cumprirem forçosamente as imposições de uma política que coloca em suas mãos tanta responsabilidade social. Além disso, são mal remunerados, trabalham horas exaustivas., muitas vezes em ambientes precários e mal instalados. Não conseguem cumprir o cronograma e ainda são responsabilizados pelo alto índice de repetência.
Mais um tema correndo "a torto e a direito" pelas escolas, sem pensar na figura do educador, sem prepará-lo, sem favorecê-lo enquanto cidadão. Em atitudes em conformidade com a sua função, dificilmente, ele dará o ar da graça para a população com quem cumpre seu papel.

Portanto, dizer não à homofobia não é um modismo. Dizer não à homofobia é dizer sim ao direito que cada cidadão tem quando faz suas escolhas , quando deseja viver livremente, sem amarras e garantir o respeito socialmente. Dizer não qualquer tipo de discriminação está correto. O problema reside na maneira como podemos fazer para nos sentirmos iguais. Falta muito!!! Outras questões não foram resolvidas. Muitos diálogos  encontram-se pendentes. Não é tão simples assim, produzir vídeos e tirá-los de circulação. A indiferença com os educadores é o que continua circulando. Pensem nisso!!!
                                                                       Professora Marília Mendes