17 novembro 2011




Vestindo uma camiseta de malha e uma calça estilo roqueiro, ele, a estrela da noite, subiu ao palco com alguns minutos de atraso, mas deixou a plateia do chevrollet Hall alucinada. 
Extremamente magro, aos 71 anos, ele prova vitalidade e muita paixão pelo rock, desde a sua participação nos Beatles. Abriu show com música de sua própria autoria, It Don't Come Easy.

O que o ex-integrante da banda de rock mais popular do mundo traz nessa turnê é a apresentação da sua banda All Stars Band, que conta com a participação de Wally Palmar (guitarra; ex-The Romantics), Edgar Winter (teclado; irmão do guitarrista Johnny Winter), Gary Wright (teclado; ex-Spooky Tooth), Richard Page (baixo; ex-Mr. Mister), Rick Derringer (ex-McCoys), e Gregg Bissonette (bateria, ex-David Lee Roth). Em um repertório em que cada um teve a chance de evidenciar o seu talento e em muitos momentos, compartilhado com Ringo, não teve quem não o enxergasse como " o baterista ".

Investindo em canções da década de 80, Ringo ganhou mais admiração do público, exatamente quando tocou Yellow submarine e mostrou que será conhecido eternamente como o baterista dos Beatles. Há quem tenha esperado mais do show de um ex-beatle na capital mineira, em espetáculo inédito, mas ainda que eu quisesse evitar as comparações, Paul Mc Cartney, no Rio, presente de aniversário, me será mais inesquecível.

O fato é que Ringo fez um show mais engraçado. Comunicativo, movimentando-se o tempo todo, ele encheu mais o palco com sua presença. No entanto, a visão de Paul McCartney, incitando o público na canção Hey Jude, levando milhares de pessoas ao êxtase de velhas e apaixonantes canções como My Love, ao piano, emoções aflorando, não seria ofuscada por um show com menos delírio por parte dos Beatlemaníacos.

Embora ex-integrantes da mesma e imbatível banda, têm performances muito diferentes e quem foi ver Ringo, achando que ele faria um resumo musical dos Beatles no palco, saiu um pouco decepcionado. Ele não cumpriria o mesmo setlist de Paul. Não chegaria a tanto para aqueles que são embevecidos do romantismo de Paul McCartney . Acho até que supervalorizo o astro Paul, embora nunca tenha escondido um certa predileção por George Harrison.

O show teve duração de uma hora e 50 minutos aproximadamente. Tive muito trabalho para chegar. Estava esforçando-me para não perder nada. Terminado o show, a sensação foi de dever cumprido, diante da euforia de gostar da banda à qual ele pertenceu. Vê-lo na bateria, ali, foi bem mais emocionante do que ver qualquer outro integrante da nova banda.

Sem tirar o brilho de Ringo, propício a novas canções, solto no palco, um setentão enlouquecido na bateria, no rock estiloso e de pura adrenalina, eu entendo que a banda e as canções que todos queriam, ficaram na memória.

Perdoe-me Ringo. Eu entendi bem  tudo que você disse em Inglês durante o show e até valorizo suas inúmeras demonstrações de carinho para com o público mineiro. Mas nada que se compare ao magnetismo de Paul Mc Cartney, que me fez vibrar, que me tirou do lugar comum e permitiu que eu me excedesse. Primeiro na emoção, depois na paixão que foi assistir Paul, conhecer o Cristo Redentor, visitar as praias lindas da cidade maravilhosa, ao lado da pessoa mais  amável que eu já conheci . Uma pessoa que de tanto ser sofisticado, tem me ensinado que a simplicidade é a máxima de toda sofisticação. Digo e repito : o melhor aniversário e o melhor presente de todos os tempos.
Canções do show :


It Don't Come Easy , Honey Dont ,Choose Love, Talking in Your Sleep ,I Wanna Be Your Man, Dream Weaver , Kyrie , The Other Side Of Liverpool, yellow Submarine , Frankenstein, Back Off Boogaloo , What I Like About You ,Rock and Roll, Hoochie Koo ,Boys ,Love Is Alive ,Broken Wings ,With a Little Help from My Friends ,Give Peace a Chance e outras.
                                                Marília Mendes