02 junho 2011

No especial dos namorados, apresentarei a todos até o dia 12, uma seleção de poemas relacionados ao amor, amor em estado de graça...
Aproveitem as postagens!


Suspeita para dizer o contrário, a homenagem daqueles que vivem no céu é a mais encantadora homenagem que encontrei nos últimos dias. Não poderia deixar de postar. Consulte o site da Esquadrilha. I love it !!!




Quis o destino que o homem não pudesse voar, por teimosia criou asas e voou
Quis o destino que o coração do homem coubesse na palma da mão, foi a Fumaça inventada e o coração aumentou.
( Homenagem dos integrantes da Esquadrilha da Fumaça ao dia dos namorados.)

“O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar”.
Carlos Drummond de Andrade


http://www.esquadrilhadafumaca.com.br/arquivo-de-noticias/2-noticias-gerais/770-a-fumaca-e-o-dia-dos-namorados.html


AMOR FEINHO

"Eu quero amor feinho.
Amor feinho não olha um pro outro.
Uma vez encontrado, é igual fé,
não teologa mais.
Duro de forte, o amor feinho é magro, doido por sexo
e filhos tem os quantos haja.
Tudo que não fala, faz.
Planta beijo de três cores ao redor da casa
e saudade roxa e branca,
da comum e da dobrada.
Amor feinho é bom porque não fica velho.
Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é:
eu sou homem você é mulher.
Amor feinho não tem ilusão,
o que ele tem é esperança:
eu quero amor feinho."
( Adélia Prado )





AMOR DE OSTRA

Nunca soube como as ostras amam.
Sei que elas têm um jeito suave de estremecer
diante da vida e da morte.
Tens um jeito de acomodar teu corpo ao meu
como na concha.
Eu não sabia como as ostras amam
até que duas pérolas brotaram de teus olhos
no mar da cama.

( Affonso Romano de Sant'Anna )


AMOR 
- Amor,
- Diz...
- Dá três beijos no meu umbigo?
- Claro.
Mas por que isso de repente?
- É que... Eu preciso me arrepiar com reticências.

ANGÉLICA LINS - Vórtice


FILOSOFIA DE BONECA
A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda, até que dorme e não acorda mais. A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso. Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia. Pisca e mama. Pisca e anda. Pisca e brinca. Pisca e estuda. Pisca e ama. Pisca e cria filhos. Pisca e geme os reumatismos. Por fim, pisca pela última vez e morre.
- E depois que morre – perguntou o Visconde.
- Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?
                                                     (Monteiro Lobato




Escrevinhação amorosa


Quando te escrevo, em estado de graça,
meu corpo se surpreende com tantas teclas , com tantos ícones...
Aí eu te deleto...ex-arquivo.
Apenas para ver-te outra vez, em nova aba.
               ( Marília Mendes )




TEMPINHO CHUVOSO

O amor ?
 Se der sol, a gente põe para fora,
se chover, recolhe tudo e estende da próxima vez...
De vez em quando, no quaradouro, neutraliza a dor no vento.
Prende-se no varal a peça da saudade , até dar no ponto de passar.
Pregador de coração de madeira que não quebra:
só pra quem pode .
                                                                   ( Marília Mendes )

QUARTO EM DESORDEM 


Na curva perigosa dos cinquenta
derrapei neste amor. Que dor! que pétala
sensível e secreta me atormenta
e me provoca à síntese da flor


que não sabe como é feita: amor
na quinta-essência da palavra, e mudo
de natural silêncio já não cabe
em tanto gesto de colher e amar


a nuvem que de ambígua se dilui
nesse objeto mais vago do que nuvem
e mais indefeso, corpo! Corpo, corpo, corpo


verdade tão final, sede tão vária
a esse cavalo solto pela cama
a passear o peito de quem ama.
(Carlos Drummond de Andrade )










AMOR EM CAIXA DE SURPRESAS


O que vou tirando ou colocando nesta caixa de surpresas
são as nossas melhores músicas.
Tem do clássico , do rock, do pop e do brega.
Tem do romântico e  letras absurdas que serviam
como notas musicais para os beijos que demos em algum abril ou em algum dezembro.
Depois de selada, ela segue viagem...
Um dia chega!
Se não sofrer a intolerância do extravio.


( Marília Mendes )