16 maio 2011

                               " Bendito louvado seja, Bendito Louvado são."
O poder que os Beatles exerceram sobre o rock é inconteste.
Passaram-se décadas e ainda sobrevivem nas mais variadas interpretações, que retomam a adorável musicalidade de um grupo que revolucionou as canções da década de 60 e, desde então,não param mais, a expressão poética e o domínio melódico de um passado que se faz presente, estreitando cada vez mais as gerações que intercalam o rock internacional e o pop contemporâneos.

Na voz do ex-integrante Paul, filho que restou da gestação musical de maior prestígio entre os bons e que faz jus a toda manifestação lúdica diante da indústria cultural do rock, quer seja através da irreverência ou do fanatismo dos fãs que,convictos, não o deixam parar, não há como não se render à voz inconfundível e suave que ele tem.

Ele vem ao Brasil e como todo bom astro, envolto a uma carreira de prestígio e de escândalos, regada a pressões materiais e amores marcantes.Ele vai e volta.Parece um turista assíduo.Coisa que ninguém imaginava. Inquieto,Paul MCcartney traz de volta aquelas canções listadas em irrepetíveis shows.
São letras que refazem ,além do amor eterno, pelo menos jurado, lembro My Love, confissões originais de um ultrarromântico conhecido, assumindo uma postura possessiva, mas confessa para com a amada. Cuidadoso até demais no trato do amor.

And when I go away
E quando eu vou embora
I know my heart can stay with my love
Eu sei que meu coração pode ficar com meu amor
It's understood
É compreensível...
         (...)
Somente meu amor segura a outra chave para mim
Oh-whoa, my love, oh-oh, my love
Oh-whoa, meu amor, oh-oh, meu amor
Only my love does it good to me
Somente meu amor faz tudo muito bem para mim...
Vivendo desde os anos dourados, em uma sociedade pouco complacente com a classe masculina, ele veste a camisa do romântico simples e complexo ao mesmo tempo, ao colocar nas mãos da amada, o próprio destino e a seguridade da realização amorosa. O que descumpre com a sua função de conquistador.Ele é o conquistado. Inversões de papeis evidentes em uma letra tão popular.
Indiferente ao êxito, fundindo maestria artística e consciência com o amor do outro,ele cuida e se apaixona,mas registra uma partida que é determinante para tudo aquilo que ele está sentindo, ou seja;o amor é condição para que ele se encontre.

Em termos de construção linguística, ele permanece na primeira pessoa, sendo autor da própria história na página da história dos Beatles.
A justificativa para a sua falta de coragem de parar é que ninguém aprovaria uma aposentadoria tão precoce, porque ele ainda continua jovem para todos os que quiserem que ele assim seja. Jovem e apaixonante como sempre foi.
Suas letras são louváveis.
Louvemos Paul MCcartney  !!!
                                                                Professora Marília Mendes