25 janeiro 2011



"No Dia das Mães, o Correio conta a emocionante história de cinco gerações. A mais nova delas, um pinguinho de gente, completa hoje duas semanas de vida. Tristezas, alegrias e sonhos de Haydêe, Eneida, Cynthia e agora Noelle, com sua Marina, que recomeça todo o ciclo...”(http://www2.correiobraziliense.com.br/cbonline/cidades/print.htm)

O Correio Braziliense publicou no dia das mães, no ano passado, a história da família Arnt, percorrendo suas cinco gerações e enaltecendo a delicadeza de histórias de amores, encontros e alegrias, que regem a família da minha grande amiga Cynthia Arnt. Entretanto, eu devia-lhe esta nota no blog.

Sobreponho aqui, além do encontro dessas gerações, a formidável extensão de beleza que remonta da história de dona Haydêe até a Florzinha Marina, neta da Cynthia. A história da pedagogia está no vínculo materno. Ensinar exige da professora, muitas vezes, esse olhar de mãe, não para embalar, mas para corrigir, sendo que mãe e professora embalam e corrigem, mas, especialmente, protegem.

Quando hoje me recordo dos meus grandes professores, que foram muitos, vejo em todos, essencialmente, algum traço de proteção . Não que me salvassem do lado perverso da ignorância, mas porque protegiam-me das armadilhas do conhecimento.

Revendo a história da amiga Cynthia, que trabalha com crianças há 17 anos, reconheço a fonte da inspiração, que se contorna com a mesma garra de quem plantava trigo como dona Haydêe, sua avó, plantou durante muito tempo em sua vida.
Ensinar é como o exercício de plantar. Ás vezes, todo mundo quer que a planta cresça muito rápido, mas ela não se entrega. Tem que ser devagarinho, com delicadeza.

No ano passado, quando ia até a sala da Cynthia e a encontrava entre 30 crianças, no segundo ano, pensava: "Muita paciência para tantas vozes e tantos desejos simultâneos..."Pois é ! A arte da paciência na pedagogia é a mesma da colheita. Fica ao lado da vaidade, porque consome beleza, advinda da espontaneidade no dia a dia. E não poderia ser de outra forma. Mães corrigem, embalam, protegem o tempo todo e os professores, quase sempre, fazem tudo isso e mais...Professoras como a tia Cynthia, como ela é assim chamada, despertam ... Esse sim é o milagre da vida, contíguo ao de ser mãe. Assim vejo, no estreito caminho entre ensinar e despertar, a colheita do ensinamento, mais que isso, do encantamento.

Se a planta não se encantar, ela não cresce. Se a criança não se encantar, ela não deixa a dureza de ser semente, para então florescer.
As gerações que formam a história da tia Cynthia sabem disso. Cada uma dessas mulheres teve ou tem um projeto de ensinamento, que eu tenho a certeza, de ser um projeto que exige cuidado e complacência com a vida. E por falar em milagre, ele acontece, às vezes, quase sem perceber, quando alguém aprende e, lá na frente, é capaz de ensinar. Não fosse isso, ninguém acreditaria em milagres. Eu acredito!!!
Professora Marília Mendes


Um beijo muito especial à amiga Cynthia Arnt , com votos de  que esse extremo de beldades, aconteça em outras gerações e que a sua arte de ensinar tenha a mesma tolerância da coragem de plantar...